hey!
O assunto/discussão de dias atrás na bolha do passarinho azul foi a relevância de uma influencer que deu uma festa de 3 dias com subcelebridades. Como tudo tem os dois lados, uma pessoa aleatória levantou a lebre que quem ignora a tal pessoa estava equivocada, pois era sim relevante.
OPA, VOCÊ FALOU RELEVÂNCIA? Aí entra a questão: relevante pra quem? O que é relevante?
Tudo isso veio de encontro na minha cabeça bem no momento que a Disney+ lançou The Beatles: Get Back - releitura do clássico documentário “Let It Be” da banda inglesa, lançado em 1970. Já se alertava que era pra fãs já que cada uma das três partes tinha mais de 2 horas. Resolvi encarar.
Na verdade, nunca fui fã de Beatles, nunca dei muita bola e até os achava superestimados pois eu sempre lembrava da música Hello, Goodbye que havia em um de meus livros de inglês e pensava ‘mas gente a música só fica nessa frase boba como assim eles são tudo isso?’. Bobagem minha. Eu não conhecia a obra toda, apenas alguns hits. Sim e eles têm muitos hits que perduram até hoje mais de 50 anos depois de lançadas. Relevância.
Por toda minha vida alguma canção deles esteve presente em minha infância/adolescência. Lembro da versão de Hey Jude feita por Kiko Zambianchi que foi tema da novela Top Model - minha preferida da infância. (original aqui)
Lembro de Ferris Bueller dublando Twist and Shout (naquela altura eu nem sonhava que era dos Beatles) na cena épica de um desfile na rua em Curtindo a Vida Adoidado. Na mesma época outro filme de Sessão da Tarde, Namorado de Aluguel com Patrick Dempsey (o Derek Sheperd de Grey’s Anatomy quando era feinho), em sua trilha tinha a música Can’t Buy Me Love (também nome original do filme). Relevância.
Tempos depois quando cd’s e dvd’s eram populares e um dos motivos pra passar horas nas Lojas Americanas escolhendo alguns pra comprar, levei pra casa despretensiosamente o filme Across the Universe (porque era apaixonada pelo ator Jim Sturgess), um musical repleto de canções dos Beatles que costuram a história.
Outro filme que comprei lá foi Sucker Punch, do Zack Snyder e entre a incrível trilha sonora está o cover de Tomorrow Never Knows. E por falar em cover, também sou dona de um cd do Emmerson Nogueira cantando Beatles. Relevância.
Mas jura que você não era fã?
Não. Eu gostava mais das músicas do que deles em si. Nunca dei bola até assistir o tal documentário da Disney. O motivo de eu encarar horas e horas das 3 partes é por amar acompanhar processos criativos. Esse doc é isso. Você vê músicas sendo feitas ali, do nada. Quem trabalha com criatividade sabe como é difícil criar algo. É o tormento da folha em branco. E eles ali reunidos, com prazo a cumprir tinham que fazer nascer 14 músicas. Se escrever por si só já não é fácil, imagina fazer letra e música. É mágico o que eles conseguem. Sério. Ali dei valor. Se um dia os achei superestimados, me perdoe universo retiro o que disse. Eles são tudo isso e mais um pouco. Talvez incomparáveis.
E tive certeza disso ao mergulhar na história. Queria entender mais. Logo fui procurar o Anthology, outra série documental de 1993 com 8 episódios sobre toda a história desde o nascimento deles na pequena cidade de Liverpool e da banda até o fim em 1969. Foda. Relevância.
Não satisfeita, fui ouvir os álbuns. Difícil até descrever. Acho que o termo que mais chega perto é viagem. Os álbuns são viagens, cada um de um jeito. Hinários irretocáveis e você sempre vai sentir uma familiaridade de ‘opa, já ouvi isso em algum lugar’. 50 anos de relevância.
Legado
Pois é, e você pensa como o fim sempre é doído, sofrido. A verdade é que eles não se aguentavam mais. Foram 10 anos juntos. Aí cada um foi pra um lado. Conviver é difícil gente. Mas é aquela velha história. Quando tudo termina, o que fica? Relevância.
Ainda na vibe legado e obras inesquecíveis, vou indicar um documentário recém chegado na HBO Max sobre nada mais nada menos que o álbum Jagged Little Pill da Alanis Morissette.
Jagged (2021)
Os idos dos anos 90, adolescência e poder cantar em alto e bom som pra aliviar o peso das costas, do fora que levou do boy:
And I'm here to remind you
Of the mess you left when you went away
It's not fair to deny me
Of the cross I bear that you gave to me
You, you, you oughta know
Ah Gabi, só quem viveu sabe…
Acho que tá bom por hoje. Se cuida e até a próxima! Quer comentar? Vem.
Ou me escreva no katiadelavequia@gmail.com. Também estou no Twitter como @katiadel.
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