Olar!
Ah o hype, como odeio amar as modinhas que nos tomam de assalto. Você tá lá de boa e de repente avista 3820 pessoas numa rodinha e quando se dá conta tá lá empurrando a multidão pra entrar no meio. Isso é hype.
Também pode ser definido por uma poderosa arma de manipulação e coerção inventada pelo capitalismo para te desviar do que realmente importa. NOSSA MILITEI TODA.
Experimenta dizer que acha os tênis Jordan feios ou que não assistiu Game of Thrones ou Breaking Bad. Automaticamente você vira persona non grata, indigna WHAT? COMO ASSIM? SAI DAQUI
É quase uma seita, o fandom é dangeríssimo e capaz de mover montanhas. Fé que nada se você tem a seu lado os kpopers e tiktokers. Lembra quando os fãs de k-pop e usuários do Tik Tok se organizaram e conseguiram esvaziar o comício do Trump? Éeeee, vai subestimando a turba.
O pior é perceber que o hype é tudo aquilo mesmo (quase sempre, pois há controvérsias). Digo pois fui seduzida por Ted Lasso. Ai que ódio. Tava resistente, vendo todo mundo falando bem da série que é isso que é aquilo, 20 indicações ao Emmy nossa sensacional… resolvi dar uma chance PERA AÍ VAMO VER QUAL É. Aí amigue, o resto é história.
O ciclo do hype
Uma vez que o hype é identificado, há a adesão e em seguida você espalha a palavra “ide ao mundo e pregai o evangelho” não sou eu que tô dizendo, tá na Bíblia. Vem comigo.
Ted Lasso, treinador de um pequeno time de futebol americano de faculdade da cidade de Kansas é contratado para ser o técnico de um time de futebol profissional na Inglaterra, apesar da falta de experiência.
Prós:
comédia delícia de meia horinha cada episódio
Ted Lasso é a pessoa mais encantadora que existiu, existe e existirá
o casting é perfeito
doses fortíssimas de sotaque britânico
é positive vibes 100% do tempo
texto repleto de referências
trilha sonora 10/10
fala de saúde mental como nenhuma outra
você chora e ri na mesma intensidade
impossível não se sentir bem depois de ver
Contras:
NÃO TEM
Pois é, sabe quando dizem kill them with kindness? Isso resume Ted Lasso. No meio de tanta maldade e tanta guerra existe um cara do bem que contagia todo mundo ao redor. É lindo.
Hype pouco é bobagem
Vou jogar outra culpa nas costas do hype: o livro da vez. Sim, me rendi e estou lendo Os Sete Maridos de Evelyn Hugo, de Taylor Jenkins Reid.
A história segue Monique, uma jornalista iniciante de 20 e poucos anos escolhida a dedo por Evelyn Hugo, uma estrela icônica da Idade de Ouro de Hollywood, para escrever seu último livro revelador. Ao embarcar nessa misteriosa empreitada, a jovem repórter começa a se dar conta de que nada é por acaso ― e que suas trajetórias podem estar profunda e irreversivelmente conectadas.
Outro exemplo do 'é tudo aquilo mesmo’. Não dá vontade de largar #obcecada. Nem terminei de ler mas já recomendo forte. Delícia de leitura e história.
Bom, espero ter te convertido ou pelo menos te deixado na curiosidade, afinal a função do hype é essa mesmo! Cuide-se e até a próxima. Se quiser comentar qualquer coisa, vem.
Ou me escreva no katiadelavequia@gmail.com. Também estou no Twitter como @katiadel.
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